terça-feira, agosto 23, 2011

Super 8

Pra quem não sabe eu nasci na década de 90, portanto, eu não sou da década de 80, nem de 70. Antes que você confirme suas suspeitas quanto minha idiotice, eu explico a frase anterior. Muitas (se não todas) pessoas mais "ligadas" ao cinema que eu, dizem que o filme Super 8 é uma homenagem aos filmes da década 80, com ET's, aliens, dinossauros, criaturas extraterrestres ou sobrenaturais ou qualquer coisa que não seja humana. Não só por esse aspecto de ficção científica, mas pelo estilo mesmo dos filmes, os tipos de personagens, crianças como protagonistas, a história pelo ponto de vista dessas crianças, e etc. Eu não posso comprovar tudo isso pois, mais uma vez, eu não sou da década de 80.

"Mas você não precisa nascer nos anos 70 ou 80 pra conhecer os filmes daquela época, eles ainda existem, é só você assisti-los."

É verdade! Mas eu não fiz isso.

Não é que eu não fiz, um ou outro eu até assisti, mas porque  deve ter passado na sessão da tarde e eu não tinha nada melhor pra fazer do que assistir a um filme velho. Eu tinha esse problema com filmes velhos, um certo preconceito. Só de ver aquela imagem que dá pra perceber que o filme é antiguinho, eu criava uma má vontade pra assisti-lo, mas isso não interessa agora.

Que lindo que o título remete a ideia dos filmes de película em 8mm, que tem esse nome por vários significados nostálgicos e tudo mais, mas acontece que eu não vivi a década de 80, minha adolescência está sendo (ou já foi) agora, século XXI, e foi agora que eu assisti a Super 8.
Se eu tivesse que dizer algo novo que esse filme apresentou, eu não diria nada, se você me disser que esse filme é uma merda que não tem nada de novo, eu vou brigar com você, babaca.

Sem falar da parte gráfica do filme, efeitos especiais e essas coisas que devem ser obrigatoriamente boas hoje em dia, eu achei um filme muito bonito de se assistir. As cenas, os cenários, a filmagem, achei tudo muito bom. A cena do trem logo no início é ESPECTACULAR, mesmo quase estourando meus tímpanos, é muito boa. Mesmo parecendo que não ia parar nunca de cair pedaços do trem do céu, é muito boa. Muito boa.

A história eu também gostei, eu digo em relação à história dos personagens. O menininho apaixonado, o mesmo menininho que perde a mãe cedo, a menininha que tem problemas com o pai (que teria morrido no lugar da mãe do menininho mas bebeu e não foi trabalhar no dia, foi desnecessário esse parênteses, mas não vou apagar), os amiguinhos que são bem unidos e ao decorrer de toda a história do filme vão gravando um belíssimo filme de zumbis, e outras cositas más. Essa parte da história eu gostei, já a parte mais científica não. E é aí que entra J.J. ABRAMS, o mito!

Só por ser "criador" de LOST e Fringe o cara já é imortal, mas ele não cansa de ser foda. Acontece que mesmo sendo foda, ele faz umas coisinhas que me deixa meio desgraçadinho da minha cabecinha. Ô mania de misturar tanto as coisas, enfiar tantos mistérios, e não dar resposta no final! Eu dava tanto por aquele cubinho branco estilizado, mas no final ele serviu pra nada? Só serviu pra furar a parede do moleque? E.T. que mata uns, não mata outros, entende a língua dos humanos, não entende, esconde a cara, mostra a cara. Nessa parte fictícia o J.J. Abrams sempre dá umas cagadinhas, e ele continuará fazendo, e eu continuarei o assistindo. Tipo mulher de malandro mesmo.

Ao final do filme eu confesso que tive vontade de voltar a ser criança, me apaixonar de novo por alguma garotinha, e brigar por ela, sair por aí com os amigos pra fazer coisas do tipo.. gravar um filme de zumbis! Viver esse mundinho que nós só tivemos enquanto éramos crianças, onde as nossas preocupações eram beem diferentes do que são hoje. Explorar a vida de um outro jeito, sei lá.

Uma das, se não a melhor cena do filme na minha opinião [de merda] é na parte final onde a nave puxa a corrente da mão do garoto, corrente que pertencia à falecida mãe, e que naquele momento, naqueles segundos em que o "pingente" se abre e ele vê a foto dela, ele decide seguir em frente, guardar pra sempre os bons momentos que teve com ela, mas continuar com a vida! let it go! Até que ele dá a mão pra garota que ele está apaixonadinho, e os dois abrem um pequeno sorriso, apesar de tudo. Pois é, essa é a vida, não é?

Filme foda, que me fez ter vontade de ser uma criança na década de 80, sendo que eu nem sei como era aquela época. J.J. Abrams, I love you. Spielberg, um abraço.



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